Infância, o hoje e o futuro

Sem Título-1

Temos o hábito de afirmar que as crianças são o futuro de nossa cidade, do nosso estado, do nosso país e do mundo, e de fato são. Essa afirmação é coerente com a própria natureza, a qual nos mostra que os cuidados realizados nas plantas durante o período em que estão em formação contribuem para os frutos que ela produz.

Normalmente as plantas que tiveram o melhor cuidado, foram plantadas em boa terra, receberam água na quantidade certa, ficaram expostas ao sol, sem falta nem excesso, foram podadas no momento certo, produzem os melhores frutos. Assim também ocorre com as crianças, portanto, verdadeiramente elas são o nosso futuro!

Veja a bondade de Deus ao confiar vidas em desenvolvimento nas mãos dos seres humanos adultos. Deus convida-nos a cooperar com as crianças com a promessa de que seguirão o caminho ensinado para toda a vida e por resultado produzirão os melhores frutos. Ensina o menino o caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele (Pv 22.6).

Mas é importante percebermos que as crianças não são somente o futuro, elas também são o presente, aliás, essa palavra pode ser usada com duplo sentido sem nenhum problema, elas são um presente de Deus para o mundo no momento presente. Elas, que são nossa responsabilidade e sem perceber também são responsáveis, principalmente, pelas lições que precisamos recordar durante o contato que com elas temos.

As crianças nos ensinam, nos lembram de coisas essenciais para a vida. Elas são criativas, sonhadoras, dóceis, ensináveis, não dadas ao rancor. São perdoadoras, simples, sinceras, amigas, delicadas e frágeis, no entanto, também são ousadas e corajosas, enfrentam obstáculos, se dispõe a descobrir o novo e a desenvolver habilidades constantemente.

Normalmente quanto menores, menos elas se importam com as coisas que tem e mais com quem elas têm. Elas não se importam em ser dependentes e pedir ajuda não as constrange, assim como ajudar para elas é um grande prazer.

Crianças aprendem a devolver o que não lhes pertence (basta ensinar), a pedir perdão quando magoam. Aprendem que amizades são de suma importância na vida. Elas têm facilidade para ter fé que de acordo com Hebreus 11.1, é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e que existem coisas que não podemos ver (Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

Infelizmente, assim como em muitos lugares do mundo, em nossa cidade muitas crianças sofrem, tem seus direitos violados, são vítimas de violência verbal, emocional e física. O Estatuto da Criança e Adolescente (Eca) em seu Art.3 menciona que “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral… assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de Ihes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”. Contradizer isso pressupõe crime, com penas claramente expostas desde o art. 228 até o art. 258, da mesma lei.

Crianças são o presente e também um presente. Devemos a elas e se nos permitirmos ser humildes, aprendemos com elas. Vivemos em um mundo confuso, onde as coisas se tornaram mais valiosas que as pessoas. Temos o hábito de dizer que queremos oferecer para nossos filhos o que não tivemos e relacionamos isso com bens materiais, porém, acredito que devemos oferecer as nossas crianças algo que elas nos dão livremente e predominantemente são as coisas que mais gostam: atenção, carinho, afeto, tempo, disposição, cuidados que configuram uma forma prática de algo que nós, adultos, tentamos transformar em abstrato chamado amor.

Abel Furquim

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